Coréia do Sul quer acordo comercial com Mercosul

17/09/2010
Para o vice-ministro do Ministério da Economia do Conhecimento, Kyungsik Kim, um acordo comercial Brasil-Coréia do Sul deveria ser estudado com profundidade devido às vantagens que traria para os países envolvidos. A declaração foi feita durante a segunda reunião do Comitê de Comércio, Promoção de Investimentos e Cooperação Industrial Brasil-Coréia do Sul, realizada nesta quinta-feira (16/9), no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em Brasília.

O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, também abordou o tema, dizendo que há interesse do Brasil na aproximação comercial entre os dois países, que terão papel ainda mais importante no comércio exterior mundial, nos próximos anos. Com uma população de 48,8 milhões de habitantes, a Coréia do Sul fechou 2009 com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 833 bilhões, crescimento de 0,2% em relação ao ano anterior.

O resultado colocou o país como a 15ª economia mundial, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para 2010 e 2011, o órgão prevê aumento de 5,7% e 5%, respectivamente.
Durante a reunião, o vice-ministro coreano também destacou o interesse do país em participar da construção do trem de alta velocidade, a ser construído entre São Paulo e Rio de Janeiro, e das obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. "Esperamos que a Coréia possa contribuir para esses eventos", ressaltou.

Já o secretário-executivo do MDIC e coordenador da delegação brasileira, Ivan Ramalho, destacou o interesse brasileiro em "equilibrar" o comércio entre os dois países, uma vez que o Brasil tem déficit na relação comercial com a Coréia do Sul. De janeiro a agosto deste ano, as exportações para o país foram de US$ 2,17 bilhões e as importações brasileiras provenientes da Coréia chegaram a US$ 5,61 bilhões.

Produtos
Na pauta das exportações brasileiras à Coreia do Sul, os produtos básicos revelam sua importância ao responderem por 57,5% do total exportado em janeiro-agosto de 2010. Os produtos industrializados, por sua vez, representaram 42,2% das vendas totais, distribuídos em semimanufaturados (29,1%) e manufaturados (13,1%). Os itens mais vendidos foram minérios de ferro, produtos semimanufaturados de ferro e aço, farelo e resíduos da extração de óleo de soja, soja e álcool etílico.

Em relação aos produtos importados, as aquisições de bens industrializados representaram a totalidade da pauta, distribuídos em manufaturados (99,6%) e semimanufaturados (0,4%). Os produtos coreanos mais importados, nesse período, foram automóveis de passageiros, partes de aparelhos transmissores ou receptores, circuitos integrados e micro conjuntos eletrônicos, óleos combustíveis e circuitos impressos e outras partes para aparelhos de telefonia.

Outros temas discutidos na reunião foram promoção de investimentos, agronegócio, facilitação de comércio, regras fitossanitárias, investimentos bilaterais, cooperação em tecnologia industrial e entre a Secretaria de Inovação do MDIC e o Korea Electronics Technology Institute (Keti), dentre outros temas da área de tecnologia.