EM 5 DIAS, INGRESSO DE DÓLARES É 67% MAIOR QUE O TOTAL DO ANO


A poucos dias da conclusão da operação de aumento de capital da Petrobras, o Brasil já começou a receber uma enxurrada de dólares. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que o País recebeu US$ 9,021 bilhões na semana passada - entre os dias 13 e 17 de setembro. O valor de apenas cinco dias é 67% maior que o ingresso de dólares que havia sido acumulado em todo o ano de 2010 até a segunda semana de setembro, quando o País recebeu US$ 5,509 bilhões.

De todos os dólares que ingressaram no Brasil na semana passada, 99,2% foram destinados à chamada conta financeira. Por essa via, entram os recursos para compra de ações, além de investimento produtivo e em títulos de renda fixa. Nessa conta, o País recebeu US$ 8,946 bilhões em apenas cinco dias. O valor é maior que o acumulado em todo o ano de 2010 até o dia 10 de setembro. Nesse período de oito meses e duas semanas, a conta financeira ficou positiva em US$ 7,739 bilhões.

Na conta comercial, em que são registradas as exportações e importações, o resultado da semana passada foi positivo em US$ 75 milhões.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, informou que o fluxo cambial em setembro até o dia 17 foi positivo em US$ 11,135 bilhões. O resultado foi determinado pelo segmento financeiro, que contou até a última sexta-feira com saldo positivo líquido de US$ 11,841 bilhões, resultado de entradas de US$ 30,385 bilhões e saídas de US$ 18,544 bilhões. No segmento comercial, o fluxo foi negativo em US$ 706 milhões, refletindo exportações de US$ 8,523 bilhões e importações de US$ 9,229 bilhões.

Altamir informou que as atuações do BC no mercado de câmbio elevaram as reservas internacionais brasileiras em setembro até 17 em US$ 5,874 bilhões. Altamir disse ainda que a posição de câmbio nos bancos, que fechou agosto vendida em US$ 13,724 bilhões, diminuiu para em US$ 10,980 bilhões.

Fluxo positivo e aprofundamento da queda do dólar no mercado externo, após o Federal Reserve (o Fed, banco central norte-americano) sinalizar que poderá adotar novas medidas para estimular a economia norte-americana no futuro, determinaram rápida desvalorização do dólar ante o real.

O dólar comercial fechou perto da mínima do dia, em queda de 0,81%, a R$ 1,715 no mercado interbancário de câmbio, a despeito de este ter sido o primeiro dia após o governo anunciar que está pronto para usar o Fundo Soberano do Brasil (FSB) e comprar a moeda norte-americana.