Logística: Governo do Rio bancará parte do projeto, que inicialmente serviria apenas para atender a Petrobras
Paulo Roberto da Costa, diretor da Petrobras, deve assinar o contrato com a prefeitura de São Gonçalo até sexta-feira.
O contrato entre a prefeitura de São Gonçalo e a Petrobras para construção de um porto para receber os equipamentos de grande porte que serão destinados ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) deve ser assinado nos próximos dias, disse o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que participou da abertura do Congresso Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro. O projeto vai custar mais de R$ 100 milhões, de acordo com o governador do Rio, Sergio Cabral, e o governo estadual vai se associar à estatal para ampliar a unidade e fazer com que passe a atender a diversos tipos de embarcações, passageiros e outras atividades portuárias.
Inicialmente, a Petrobras havia decidido construir apenas a área necessária para receber equipamentos de grande porte que serão enviados ao Comperj. Agora, o governo do Estado e a Prefeitura de São Gonçalo vão arcar com o restante do investimento para ampliar o porto.
"O porto seria construído exclusivamente para a logística de chegada de equipamentos ao Comperj, o que por si só já seria um grande gol para São Gonçalo. Isso permitiria a geração de empregos e uma nova dragagem de mais de uma centena de milhões de reais. O mais caro está sendo feito pela Petrobras. E nós combinamos, e a Petrobras aceitou, ampliar um pouco mais esse porto para que ele seja utilizado para embarcações, para passageiros, para outras atividades portuárias", disse o governador, após participar da abertura da Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro.
O porto, em São Gonçalo, deverá receber dragagem de 8,5 metros de profundidade e uma retroárea para receber os equipamentos. A Petrobras vai construir ainda uma estrada ligando o local ao complexo petroquímico. "Isso nós vamos fazer porque nós precisamos fazer, mas, obviamente, o Estado do Rio e a prefeitura têm interesse em ampliar essa área porque é bastante bem posicionada", disse Costa
O Comperj está planejado para entrar em operação no fim de 2012. Até agora, 90% da terraplenagem já foi concluída. A Petrobras assinou a maior parte dos grandes contratos voltados para as áreas de destilação, coqueamento retardado e hidrocraqueamento catalítico (HCC).
Na sexta-feira, a estatal de petróleo assinou com a Queiroz Galvão e a Galvão um contrato de R$ 947 milhões para o hidrotratamento (HDT). De acordo com diretor da Petrobras, as obras desses empreendimentos já começaram e estão no estágio de cravamento de estacas para dar início à montagem do canteiro.
Paulo Roberto da Costa disse ainda que a Petrobras já recebeu as propostas para a criação da Empresa Brasileira de Navegação (EBN). Foram convidadas 40 empresas para participar da licitação. A companhia vai afretar 20 navios por 15 anos entre Aframax, Panamax e gaseiros. A expectativa do executivo é de que os preços sejam definidos dentro de um mês.
Segundo Costa, a construção dos navios, que será realizada necessariamente no Brasil, deve levar à abertura de novos estaleiros no país. As unidades deverão ser entregues entre 2014 e 2016.
Em relação à área de refino, o diretor informou ter iniciado a mobilização para realizar a terraplenagem da refinaria do Maranhão, que terá capacidade para 300 mil barris na primeira fase e mais 300 mil na segunda. A expectativa é de que os equipamentos já estejam trabalhando dentro de 30 a 45 dias.
De Juliana Ennes
Do Rio
14/09/2010
Fonte: Valor Econômico