Maior navio de minério do mundo entra em operação

Autor(es): Sabrina Valle
O Globo - 06/05/2011

O presidente da Vale, Roger Agnelli, acordou ontem a família e alguns dos principais executivos da empresa às 6h30 para comentar, efusivo, a beleza do novo supernavio da companhia, recém-ancorado na Baía da Guanabara. "É lindo, é lindo!", exclamou, segundo o relato do diretor executivo de Operações Integradas, Eduardo Bartolomeo.

Agnelli levou a mulher, Andrea, e um filho para conhecer a embarcação de 400 mil toneladas de capacidade - a maior do mundo para o transporte de minério de ferro e a primeira de uma série de sete encomendados ao estaleiro coreano Daewoo Shipbuilding & Marine.

Outros 12 navios do mesmo porte foram encomendados ao estaleiro Rongsheng Shipbuilding, da China. E mais 16, também com essas dimensões, foram contratados para operação exclusiva no longo prazo. Ao todo, são 35 navios comprados ou contratados que elevarão a frota da Vale para 60 embarcações. As encomendas feitas aos estaleiros chinês e coreano foram fechadas por US$ 2,35 bilhões,

O cargueiro apresentado ontem, um gigante com comprimento equivalente a 95 carros enfileirados, será utilizado para transporte de minério para a China. É tão grande que hoje só pode aportar no terminal de Ponta da Madeira (MA), de onde parte para sua primeira viagem no dia 22. Até o fim do ano, também poderá atracar em Tubarão (ES), que passa por obras de expansão.

Para Agnelli, esse navio é simbólico, porque faz parte de um plano de longo prazo da empresa para baixar os custos e a volatilidade do frete mundial. Segundo o executivo, desde que a empresa pôs em prática o projeto, que foi elaborado em 2007 e iniciado em 2009, os preços de frete começaram a cair diante da expectativa de aumento da oferta futura no setor.

"Bom para o Brasil". Por causa dessa queda de preço, Roger afirma que a Vale contribuiu com US$ 4 bilhões para a balança comercial brasileira entre 2009 e 2010. "Esse dinheiro antes ia para fora, ia para o armador", afirmou, rebatendo as críticas de que a empresa tenha preterido investimentos benéficos para o País. "Foi bom para o Brasil."

O valor é calculado levando-se em conta o quanto a Vale passou a embolsar pelo minério de ferro por economizar com transporte. Em 2008, o preço do frete atingiu o pico de US$ 105 por tonelada e a média ficou em US$ 50, enquanto em outros anos estava em US$ 9. "Todo o preço que era pago pelo frete veio para o minério", disse.

Apesar de fabricado na Coreia do Sul e com bandeira em Cingapura, o projeto de engenharia é brasileiro e permite o carregamento de 24 mil toneladas por hora, o triplo da capacidade de outros navios. A economia gerada, segundo a Vale, equivale a cortar 10 dias de um total de 45 dias necessários para levar minério à China. "Ganhamos horrores em eficiência, tanto no embarque quanto no desembarque", disse Agnelli.

Contribuição
Roger Agnelli, presidente da Vale, diz que os navios reduziram o custo do frete e aumentaram o preço do minério. O resultado indireto foi um aumento de US$ 4 bilhões na exportação brasileira.

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