Novo porto inicia operações em Santa Catarina

AUTOR(ES): ESTELITA HASS CARAZZAI - DE CURITIBA
FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO

Itapoá será tocado pela iniciativa privada e torna-se alternativa para o congestionado porto de Paranaguá

Novo terminal de cargas suscita debate sobre a eficácia do modelo de investimento público no setor portuário

Santa Catarina começa a operar nesta semana seu sexto porto, forçando a concorrência com Paranaguá e Antonina, no Paraná, e consolidando seu perfil portuário.
O porto de Itapoá, no litoral norte do Estado, é tocado pela iniciativa privada e tem foco na exportação de cargas em contêineres.
Por causa de sua localização (divisa entre PR e SC), deve atrair parte das empresas paranaenses que hoje exportam e importam via Paranaguá, que fica especialmente congestionado na época da safra de grãos.
Itapoá terá capacidade inicial para movimentar cerca de 300 mil contêineres por ano -pouco mais da metade do que passa pelo porto de Itajaí, o maior do Estado.
"Paranaguá evoluiu muito, mas o problema lá é o excesso de mercadorias", afirma o presidente do Sindiavipar (Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Paraná), Domingos Martins.
Segundo ele, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP, também da iniciativa privada) -uma das unidades do porto de Paranaguá- tem boa estrutura, mas sofre com o excesso de demanda.
O TCP já se prepara para a concorrência e vai investir R$ 180 milhões para ampliar em 70% a capacidade de movimentação de contêineres. As obras dependem de licença ambiental, mas o plano é concluí-las até o fim de 2012.

PÚBLICO x PRIVADO
Itapoá também coloca em dúvida o modelo de investimento público no setor portuário. "A iniciativa privada é mais competitiva. É melhor negociar com eles", afirma Martins, do Sindiavipar.
Para Silvio dos Santos, consultor do Laboratório de Transportes da Universidade Federal de Santa Catarina, a diferença é que a iniciativa privada "tem urgência".
Provocado pela expansão do Estado vizinho, o governo do Paraná pretende estimular o investimento privado no setor portuário, e está discutindo uma nova lei de PPPs (parcerias público-privadas).
"O empresariado hoje tem recursos e quer investir", afirma o secretário de infraestrutura do Paraná, José Richa Filho. Para ele, conseguir recursos do Tesouro estadual é difícil devido à concorrência com outras áreas.

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