Tecnologia mais cara

Autor(es): Gustavo Henrique Barbosa
Correio Braziliense - 21/05/2011

Os preços de produtos de tecnologia no Brasil são os mais altos da América Latina. Enquanto aqui um notebook é vendido, em média, por US$ 1,4 mil, na Colômbia, esse valor cai para US$ 931. Um computador padrão sai por US$ 1.110 em território nacional, contra US$ 808 no México. A conclusão e da pesquisa Brecha Digital, feita pela Marco Consultora nos cinco maiores mercados da região: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México.

A Marco concluiu também que houve aumento do salário médio em todos os países ao longo dos últimos oito meses. No Brasil, o avanço foi de US$ 809 para US$ 969 - maior remuneração média para o país dentro da série histórica, iniciada em 2009. Na avaliação de Henrique Campos Júnior, organizador do levantamento, a elevada carga tributária é um dos principais motivos para os altos preços no mercado interno. Júnior avaliou que a redução de tributos para tablets - com a diminuição de impostos, o governo estima que o custo desses produtos caia até 36% - não será sentida na totalidade pelos consumidores, pois as empresas não repassarão todo o benefício. "Se a queda chegar a 15% ou 20% para o consumidor final, o resultado já será excelente", disse.

Importação

Apesar dos preços elevados, Júnior calculou ser mais vantajoso adquirir eletrônicos no Brasil. A seu ver, a diferença entre comprar no exterior e aqui é muito pequena se o cliente levar em conta a taxa de importação, o manual do produto (em língua estrangeira) e a assistência técnica, válida somente no país da compra. "A tendência é que as variações de preços do Brasil com o mercado internacional diminuam gradativamente", observou.

No entender do consultor, o acesso a eletrônicos como tablets e notebooks tem impacto direto na qualidade da mão de obra e, em efeito dominó, na competitividade do país. "Uma população com acesso a esses dispositivos se torna mais produtiva devido às facilidades que essas ferramentas oferecem, como troca de informações e negócios com empresas de qualquer lugar do mundo", ponderou.

O Chile é o país que apresentou as melhores condições de acesso à tecnologia. A explicação está no fato de o país possuir localização geográfica privilegiada, próximo aos fabricantes do Pacífico, além de estrutura tributária vantajosa. A Argentina classificou-se como o país com o pior acesso a tecnologia, já que tem o segundo menor salário médio (US$ 558). Além disso, sua moeda, o peso, sofre depreciação continua em relação ao dólar.

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