Autor(es): AGENCIA O GLOBO: Ramona Ordoñez e Marta Beck
O Globo - 04/05/2011
Encomenda aos EUA é de 1 milhão de barris. Mantega admite reajuste de combustíveis
RIO e BRASÍLIA. Pelo segundo mês consecutivo, a Petrobras terá de importar gasolina para atender ao forte aumento do consumo nos últimos meses. O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informou ontem que a companhia vai comprar dos Estados Unidos mais um milhão de barris do combustível. Em abril, a Petrobras já havia importado, também do mercado americano, 1,5 milhão de barris.
O consumo da gasolina, assim como dos demais combustíveis, cresceu em torno de 4,5% no primeiro trimestre deste ano. Hoje, está em torno de 400 mil barris por dia.
- Não vai faltar gasolina, o abastecimento está garantido - assegurou Costa.
O diretor de Abastecimento da Petrobras explicou que a importação tem como objetivo fazer estoques de segurança, uma vez que o total de 2,5 milhões de litros de gasolina comprados dos Estados Unidos é suficiente para aproximadamente seis dias de consumo no Brasil. No ano passado, a Petrobras se viu obrigada a adquirir 3 milhões de barris no exterior.
Costa afirmou que a empresa continua acompanhando a evolução dos preços internacionais do petróleo, mas garantiu que a Petrobras não planeja um aumento nos preços da gasolina e do diesel.
- Temos de avaliar ainda um pouco mais para tomar essa decisão. Dentro da política de longo prazo, continuamos analisando, diariamente fazemos avaliações. Mas nesse minuto não temos qualquer posição a respeito - disse.
Em Brasília o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem que a Petrobras poderá ser obrigada a reajustar os preços da gasolina se a cotação do barril de petróleo continuar elevada no mercado internacional. Mesmo assim, ele adiantou que o governo vai reduzir a Contribuição sobre Intervenção do Domínio Econômico (Cide) para evitar que um eventual aumento pese no bolso dos consumidores e pressione ainda mais a inflação.
- Se permanecer essa situação do barril elevado no exterior, pode ser que em algum momento a Petrobras tenha de aumentar, não será agora. Mas aí nós podemos regular o preço com a Cide, de modo a não criar aumento nos preços da gasolina - disse Mantega enquanto participava de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
O ministro destacou aos senadores que o maior impacto do aumento recente dos combustíveis no país partiu do etanol. Mas, segundo ele, com o fim da entressafra da cana-de-açúcar, o valor do produto deve cair e reduzir a pressão sobre o preço final nas bombas dos postos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário, muito obrigado pela sua visita!