Após a forte alta registrada na véspera, reflexo dos atentados ocorridos em Boston, o dólar tem uma sessão generalizada de perdas nesta terça-feira (16/4), onde o real, no entanto, aparece como um ponto fora da curva.
A moeda americana tinha valorização de 0,10% ante a brasileira, e era negociada a R$ 1,999 para venda.
Já frente ao peso mexicano, o dólar cedia 0,88%, caía 0,46% ante o dólar australiano, e 0,79% contra o euro.
"Os números bons da economia americana amenizaram o impacto dos atentados", pontua Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, em referência ao movimento que prevalece no exterior.
A produção industrial americana, e a construção de novas casas na região, surpreenderam os analistas ao superar as expectativas.
"Aqui internamente, ou é uma reversão de posição por precaução, por falta de expectativa com relação à operação montada, ou por alguma notícia que a gente ainda não teve acesso", afirma Galhardo.
"Como subiu muito rapidamente, pode também voltar rapidamente", ressalta o gerente da Treviso. No pregão passado o dólar fechou com uma alta de 1,47%, a maior desde novembro de 2012.
"O mercado estava tranquilo em torno de R$ 1,98, esperando que caísse para R$ 1,95, e de repente bate um desespero, e o agente entra e ele mesmo faz com que a moeda vá para um patamar inesperado".
Juros
No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, a curva, que perdeu a força de alta da véspera após a notícia dos atentados e terminou perto da estabilidade, já retomou a trajetória de alta nesta terça, a despeito do IGP-10 bem melhor que o esperado.
Mais negociado, com giro de R$ 76,147 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho próximo subia de 7,555% para 7,620%, enquanto o para janeiro de 2014 avançava de 8,14% para 8,21%, com volume de R$ 36,344 bilhões.
A alta do IGP-10 desacelerou de 0,22% em março para 0,18% em abril, ante o consenso das estimativas em 0,35%.
Ainda assim, a alta da véspera e de hoje repercutem a aposta dos agentes, que passou a precificar com mais força uma alta da Selic no encontro do Copom que termina amanhã, após declarações contundentes de representantes do governo quanto ao controle de inflação, a mais recente delas feita hoje pela presidente.
"Nós não negociaremos com a inflação, nós não teremos o menor problema em atacá-la sistematicamente. Queremos que esse país se mantenha estável", disse Dilma Rousseff, em discurso em Belo Horizonte.