Dólar fecha estável com Fed e tripla atuação do BC

Dólar fecha estável com Fed e tripla atuação do BC
Autoridade monetária deve manter o câmbio por volta de 2,30 para evitar uma pressão indesejável sobre a inflação nos próximos meses.

O dólar fechou perto da estabilidade ante o real nesta quarta-feira (31/07) após sessão de ampla volatilidade e que chegou a levá-lo ao patamar de R$ 2,30 reais, com o Banco Central atuando três vezes para conter a valorização da divisa.
A sinalização do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), de que não reduzirá seu estímulo monetário em breve também contribuiu para a estabilidade da divisa.
Em julho, a divisa norte-americana acumulou avanço pelo terceiro mês consecutivo e os analistas continuam afirmando que seu viés é de alta, mas sem tanta força como a vista até agora.
O dólar fechou com leve alta de 0,08%, cotado a R$ 2,282 na venda.
"Não vejo uma alta tão forte do dólar no futuro próximo. Com certeza o viés é mais de alta do que de baixa, mas não é uma alta tão expressiva", afirmou o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.
"O BC quer manter o câmbio por volta de R$ 2,20 ou R$ 2,30 para evitar uma pressão indesejável sobre a inflação ao longo dos próximos meses", emenda Velho, ressaltando que a autoridade monetária pode recorrer a atuações mais incisivas, como ofertas de dólares no mercado à vista, para conter a valorização do dólar.
"Essa é a grande pergunta: se o BC vai conseguir o dólar nesse nível. Eu acho que no curto prazo ele consegue, porque ainda tem ferramentas para fazer isso", acrescentou ele.
No primeiro leilão, o BC vendeu o lote integral de 30 mil contratos de swaps e, no segundo, ofertou a mesma quantidade e vendeu um pouco mais da metade. Logo em seguida, anunciou que faria outro leilão, mas de 15 mil contratos, e acabou não vendendo nenhum deles. Mesmo assim, a moeda continuou a operar em alta.
A última vez que a autoridade monetária fez três leilões de swap tradicional num mesmo dia foi em agosto de 2002 e, segundo operadores, a ação agora serviu para tentar segurar a cotação.
O dólar anulou os ganhos durante a tarde, entretanto, após o Fed informar que a economia continua se recuperando mas ainda necessita de suporte, não oferecendo indicações de que uma redução no ritmo de aquisição de ativos seja iminente.
A notícia aliviou expectativas de menor liquidez mundial, que de manhã pesavam sobre os mercados diante dos dados que mostraram que a economia dos EUA expandiu mais do que o esperado.
"Como o Fed mantém o incentivo monetário, o dólar tende a cair. Além disso, o BC fez 3 leilões de swap cambial. É uma somatória de notícias para derrubar o dólar", afirmou um operador de uma corretora brasileira.
Brasil Econômico - 31/07/2013