Autor(es): Sílvio Ribas
Correio Braziliense - 12/05/2011
Ministro da Fazenda considera um avanço a Organização Mundial do Comércio estudar o efeito da guerra monetária nas exportações
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, espera que a guerra cambial esteja definitivamente incluída nos debates da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele comemorou ontem, como sendo “importante avanço”, o Brasil ter conseguido abrir o tema no órgão, ao levá-lo à agitada reunião do Comitê de Assuntos Financeiros na terça-feira. O embaixador do país na OMC, Roberto Azevedo, conseguiu encaminhar parcialmente a sugestão de criar grupo de discussão sobre as variações das moedas, que envolvem diretamente as duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China.
O Brasil havia proposto aos membros da OMC a adoção de um programa de trabalho de dois anos para examinar o impacto das taxas de câmbio no comércio internacional. Todos os países aceitaram acolher o enfoque econômico do tema. Mas EUA, China, União Europeia e Chile vetaram uma abordagem também institucional. Seus representantes alertaram que questões de câmbio são de responsabilidade do Fundo Monetário Internacional (FMI), não devendo o órgão de comércio exceder as atuais atribuições.
Mantega informou que já conversou com o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, sobre a necessidade de incluir a manipulação cambial na análise de questões comerciais. A preocupação do governo com o fortalecimento do real em relação ao dólar cresceu diante do impacto sobre a competitividade de exportadores. Desde novembro, Mantega se tornou o principal crítico da “guerra das moedas” em reuniões do G-20, grupo das 20 maiores economias, e do FMI.
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