Metas de Lula não foram alcançadas

O Globo - 01/08/2011

Política industrial do governo anterior apostou em sete setores, mas avanços foram modestos

BRASÍLIA. Diante da conjuntura cambial cada vez mais desfavorável e do arrocho fiscal em andamento, o governo optou por medidas mais "realistas" na nova política industrial. Essa postura se deve, entre outras coisas, a uma dura lição aprendida na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2007, foi lançada uma política industrial em que a grande aposta recaía sobre sete áreas: complexo aeronáutico, petróleo, gás e petroquímica, bioetanol, carnes, celulose e papel, mineração e siderurgia. No entanto, os avanços foram modestos.

No setor aeronáutico, por exemplo, desenvolver fornecedores com atuação global, aumentar a produção de aeronaves e fazer do Brasil um centro de produção e manutenção de helicópteros na América do Sul foram metas não cumpridas. No caso do etanol, o plano era aumentar as exportações anuais para 5 bilhões de litros. Isso também não ocorreu.

O setor de carnes, por outro lado, pode ser considerado um exemplo de sucesso, dada a força das commodities agropecuárias no mercado internacional. Técnicos do governo que acompanham a evolução da política industrial contabilizam como ponto positivo a consolidação de empresas brasileiras (JBS, Marfrig e BRF-Brasil Foods) como principais players mundiais.

- O grande dilema é que o país está perdendo competitividade - afirma o vice-presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Mello Lopes.

Para o setor de papel e celulose, a maior demanda para a nova política industrial é na área de defesa comercial. A diretora-executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, lembra que fraudes na importação de papel estão provocando enormes danos às empresas do país.

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