G-20 quer 'alarme' antidesequilíbrios

Países desenvolvidos e emergentes costuram no G-20 um acordo sobre "parâmetros indicativos" para que possam cooperar em políticas cambial, monetária e comercial que sustentem a recuperação econômica e reequilibrem a demanda global. Esses parâmetros serviriam como "mecanismo de alerta" para identificar rapidamente os problemas e permitir correções. Em meio ao clima de guerra cambial, o confronto agora é sobre quais serão esses indicadores, quem vai avaliar a consistência das políticas de cada país e concluir se elas estão aptas a colaborar com o conjunto da economia mundial.

Em Nova Déli, o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, disse que os líderes já chegaram a um consenso sobre o "early warning mechanism" – algo como mecanismo de alerta precoce – para monitorar desequilíbrios comerciais, elogiando a " abordagem muito multilateral".

A União Europeia informou que também está colocado em ação um "forte mecanismo de alerta visando prevenir desequilíbrios econômicos internos".

O Valor apurou que a Alemanha já relacionou alguns indicadores que serviriam para avaliar a situação dos países: o grau da flexibilidade das taxas de câmbio, o nível das medidas proteccionistas, o optante de subsídios e a sustentabilidade fiscal.

O Brasil conseguiu incluir na discussão do "Plano de Ação" do G-20 o direito de os países emergentes adoptarem controles de capitais para se proteger dos enormes fluxos externos.

Na busca de entendimento, ontem, um novo rascunho do plano, a ser divulgado na sexta-feira, retirou a referência aos polémicos 4% de limite para superávits e déficit nas contas correntes em 2014, sob a pressão de vários países. Os EUA, no entanto, não desistiram da proposta e continuam defendendo a adoçam de "bandas indicativas" para que o desvio nas contas correntes não superem 4% do PIB. A partir desse nível seriam deflagradas negociações para sua redução. A questão vai ficar para o fim da discussão do documento, na quarta ou quinta-feira.

Em entrevista em Nova Déli, o presidente dos EUA, Barack Obama, colocou mais combustível no confronto com a Alemanha, acusando-a de fazer pouco pela retomada, e com a China, continua intervindo maciçamente para manter sua moeda desvalorizada e estimular suas exportações.

Fonte: Valor Econômico