Incentivos para o eletrônico nacional

Autor(es): Sílvio Ribas
Correio Braziliense - 11/05/2011

O real forte, as facilidades para importar, a melhora da renda e a curiosidade do consumidor levaram o comércio de artigos digitais ao auge. Num cenário dominado pelo crescente volume de importados, o governo recorre ao próprio mercado doméstico — o quinto maior do mundo — para defender a competitividade local e conter desequilíbrios no comércio exterior.

A ideia do Palácio do Planalto é nacionalizar a montagem de produtos mediante incentivos fiscais, processo recém-aberto pelo anúncio da produção, a partir de novembro em Jundiaí (SP), de iPhones e iPads no Brasil, pela taiwanesa Foxconn, maior fabricante global de eletroeletrônicos. Em 2010, os brasileiros compraram 92 mil tablets, número que deve subir para 300 mil este ano.

A balança comercial de eletrônicos e de telecomunicações ficou deficitária em US$ 1,5 bilhão no ano passado. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as importações desses artigos saltaram 42,7% de 2009 a 2010. Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que as matérias-primas avançaram na pauta de exportações enquanto o país perdia participação no comércio de produtos intensivos em tecnologia, para 0,46%.

Segundo Giuliana Pigatto, professora de comércio exterior da Universidade Estadual Paulista (Unesp), vários fatores explicam o consumo tecnológico recorde. “O ganho de renda tornou o brasileiro mais propenso a adquirir itens de maior conteúdo tecnológico”, disse.

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