Até o início de março, quando o fluxo de entrada de divisas no país tende a se intensificar, o mercado cambial doméstico deve continuar sem grandes variações.O dólar terminou o pregão desta quinta-feira (10/1) em queda ante o real, e também contra a maior parte das demais divisas internacionais.
O bom humor dos investidores após a divulgação de dados positivos na China e nos Estados Unidos favoreceu um dia de fuga dos investidores para ativos de maior risco.
No âmbito interno, a desvalorização da moeda americana foi menor que a verificada ante seus pares, com o mercado mostrando que existe uma barreira no nível de R$ 2,03.
O dólar caiu 0,24% no pregão de hoje, e fechou cotado a R$ 2,032 para venda.
Já o Dollar Index, índice que mede a variação da moeda contra uma cesta de divisas, recuava 1,05%.
"A reação aqui foi mais comedida porque os operadores não tem ousado para romper alguns patamares", nota Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
"O pessoal continua com cautela, já que não sabe como o Banco Central (BC) vai agir", emenda o especialista.
A inflação em níveis elevados, e que não dá sinais de arrefecimento no curto prazo, contribui para a taxa do câmbio mais próxima do piso que do teto neste momento, avalia Galhardo.
Conforme o ingresso de divisas ao país se fortaleça, certamente a autoridade será testada pelo mercado para segurar o dólar acima de R$ 2,00.
No entanto, o gerente da Treviso lembra que a melhora do fluxo deve começar a acontecer somente em meados de fevereiro, início de março.
Até lá, a baixa volatilidade no câmbio doméstico deve seguir prevalecendo.
"O mercado está esperando uma melhora do fluxo, por isso que ainda não empurraram a taxa mais para baixo", diz o especialista.
Em uma das medidas anunciadas em dezembro último para impedir que a cotação do dólar ultrapassasse o teto de R$ 2,10, o BC ampliou de um para cinco anos o prazo para as operações de pagamento antecipado de exportações.
"Os exportadores de commodities do agronegócio e da metalurgia vão utilizar essa abertura do BC para fazer caixa, e trarão um volume considerável de dólares para o país".
Fonte: Brasil Econômico - 10/01/2013
