Dólar fecha em queda pelo 4° dia consecutivo, a R$ 1,985

Dólar fecha em queda pelo 4° dia consecutivo, a R$ 1,985
Declarações do governo, e atuação no câmbio, jogam curva de juros futuros da BM&F Bovespa para baixo.

Os operadores do mercado de câmbio voltaram a derrubar a taxa do dólar no pregão desta terça-feira (29/1), a quarta queda seguida da divisa americana ante a brasileira, em um movimento alinhado com os anseios do Banco Central (BC).

O dólar caiu 0,79%, e encerrou cotado a R$ 1,985, o menor valor desde 28 de maio de 2012.
Declarações de representantes do governo que contradizem as intervenções realizadas no mercado pelo próprio deixam os investidores sem saber qual será o próximo passo para o câmbio doméstico.

"Estamos bastante à mercê das decisões deles. Ninguém acreditava que ia chegar abaixo de R$ 2,00, nem o mais otimista", diz Glauber Romano, operador da Intercam Corretora.

Na semana passada, a maior parte dos players do câmbio do país entendia, em função das sinalizações passadas pelo governo, que a rolagem dos contratos de swap (equivalente a venda de dólares no mercado futuro) não iria acontecer.

No entanto, nesta segunda-feira (28/1) o BC surpreendeu a todos com a rolagem dos 37 mil contratos de swap que venceriam em fevereiro, em uma operação que alcançou giro financeiro de US$ 1,84 bilhão.
"O mercado se posicionou esperando a compra do BC, mas depois do leilão, quem estava comprado zerou posição", fala Romano. "A atuação da autoridade é uma grande incógnita".

As atuações recentes no câmbio, e principalmente, a forma como elas têm sido feitas, tornam praticamente impossível qualquer previsão sobre qual será o piso a ser defendido.

Juros

No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, o dia foi de fechamento das taxas.
A própria atuação do governo no câmbio já seria suficiente para justificar a diluição dos prêmios.
No entanto, além disso, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que o Brasil tem condições macroeconômicas para promover novas reduções na taxa Selic, o que reforçou a trajetória declinante da curva.
Mais negociado, com giro de R$ 35,102 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 caiu de 7,93% para 7,87%, enquanto o para janeiro de 2014 recuou de 7,23% para 7,19%, com volume de R$ 27,672 bilhões.