Preços em alta derrubam cotação do dólar

Preços em alta derrubam cotação do dólarCom poucos sinais de que a inflação irá arrefecer no curto prazo, a tendência é que a taxa da divisa americana não ultrapasse o patamar de R$ 2,05 nas próximas sessões.

O dólar terminou o pregão desta quarta-feira (23/1) com desvalorização de 0,29%, cotado a R$ 2,037 para venda.
"O movimento está relacionado com a percepção de que a inflação em alta deve favorecer uma intervenção do Banco Central (BC) para evitar que o real se deprecie", diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB.

Os dois números de inflação divulgados hoje vieram acima do projetado pelo mercado - o IPCA-15 acelerou para 0,88% (consenso das estimativas girava em torno de 0,80%), e o IPC-S, para 1,03% (projeções apontavam para 0,98%).

Além da inflação, Rostagno entende que os dados do setor externo, que vieram com o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) mais alto do que se esperava - US$ 5,4 bilhões em dezembro, contra projeção de US$ 4 bilhões - também contribuíram para a queda verificada no dólar.

Como o governo não deu sinalizações de que vai aceitar o dólar abaixo de R$ 2,00, as oscilações do câmbio doméstico não devem fugir de um intervalo bastante estreito neste início de 2013.

"O dólar não deve ir abaixo dos R$ 2,00, a não ser que o cenário inflacionário deteriore muito. Então o BC teria de optar entre usar a política cambial ou monetária para segurar a inflação", pondera o estrategista do WestLB.

Fonte: Brasil Econômico