Sinalização do BC puxa dólar para cima

Sinalização do BC puxa dólar para cima
Pressionada pela inflação, curva de juros futuros da BM&F Bovespa terminou o pregão em alta.

O dólar terminou o pregão com valorização frente ao real nesta terça-feira (8/1), em linha com o movimento que prevaleceu no exterior.

Entretanto, a alta no âmbito doméstico foi mais aguda do que no mercado internacional, após o Banco Central (BC) informar aos operadores do câmbio que não vai fazer a rolagem dos contratos de swap tradicional que vencem nos próximos dias.

"Achei estranha essa alta, até pensei que pudesse ser um leilão de swap reverso, mas foi mesmo essa informação passada ao mercado pelo BC, que vai ter de vir ao mercado comprar dólar", diz Glauber Romano, da Intercam Corretora.

A moeda americana fechou a sessão com avanço de 0,39% ante a brasileira, cotada a R$ 2,038 para venda.
"Quem estava apostando na queda reverteu a aposta", nota o especialista.

Embora a atuação da autoridade monetária gere uma força de desvalorização no dólar, o operador da Intercam avalia que, por conta dos fatores sazonais que favorecem o fluxo de entrada ao país, as oscilações no câmbio devem seguir mais próximas do piso da banda informal do BC.

Juros

O debate relacionado a um risco de racionamento de energia no país em 2013 gerou um aumento nas perspectivas inflacionárias, e puxou a curva de juros futuros da BM&FBovespa para cima nesta terça.

O IPC-S divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acima do consenso dos analistas, também contribuiu para o movimento.

Mais negociado, com giro de R$ 27,198 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subiu de 7,12% para 7,16%, enquanto o para janeiro de 2015 avançou de 7,71% para 7,78%, com volume de R$ 19,766 bilhões.

Na primeira semana de janeiro, o IPC-S acelerou para 0,77%, frente aos 0,66% da aferição anterior. As estimativas apontavam para alta de 0,71%.

Além disso, na próxima quinta (10/1), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que a mediana dos analistas aponta para variação de 0,74%, contra os 0,60% de novembro.