Indicador sugere maio fraco para atividade no setor

Autor(es): Sergio Lamucci | De São Paulo
Valor Econômico - 01/06/2011

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC de maio reforçou o quadro de perda de fôlego da indústria no segundo trimestre. O indicador ficou em 50,8 pontos, com ajuste sazonal, um nível quase idêntico aos 50,7 de abril e razoavelmente abaixo da média de 53,6% registrada nos três primeiros meses de 2011.

A produção teve alguma aceleração, mas as encomendas recuaram mais uma vez. Quando o índice fica acima de 50, a interpretação é de alta na atividade da indústria. Quando fica abaixo, a leitura é de queda. Um indicador em 50,8 pontos, como o de maio, sugere uma leve expansão.

A ideia do PMI é ser um termômetro da indústria, baseando-se numa pesquisa mensal com executivos de cerca de 400 empresas, que respondem sobre itens como produção, encomendas, emprego, pedidos de exportação, estoques e preços de bens finais e de insumos.

"O PMI de maio sugere que a atividade industrial no Brasil desacelerou-se expressivamente durante o segundo trimestre, após registrar crescimento robusto durante o primeiro trimestre de 2011", diz, em nota, o economista-chefe do HSBC, André Loes. Ele alerta, contudo, para o fato de os componentes do indicador ainda mostrarem um quadro indefinido.

"O setor industrial aparenta ter perdido fôlego, mas a partir de um patamar elevado. Se, de um lado, o índice de produção voltou a se acelerar em maio, o índice de novas encomendas segue flutuando ligeiramente abaixo de 50, o que significa que as empresas reportaram nova leve redução nas encomendas", nota Loes.

Ele chama a atenção também para o indicador de emprego, que mostrou um comportamento negativo por um lado, mas positivo por outro. "Ele desacelerou para seu menor nível desde outubro de 2010, mas, ao mesmo tempo, registrou o 23º mês consecutivo de crescimento do emprego industrial."

O relatório também indica que houve alguma acumulação de estoques de bens finais, pelo terceiro mês seguido. "As evidências indicaram que outro crescimento da produção, juntamente com uma queda no volume de novos pedidos, resultou num acúmulo de estoque durante o último período da pesquisa"", aponta o estudo, observando, contudo, que várias das empresas entrevistadas diminuíram seus estoques de produtos como resultado da introdução de novas políticas de redução dos inventários. Nesse cenário, "a taxa de acúmulo de estoques foi, de um modo geral, marginal e a mais fraca desde fevereiro."

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