Produtor de trigo quer barrar livre importação

Autor(es): Por Fabiana Batista | De São Paulo
Valor Econômico - 30/11/2011

A cadeia produtiva do trigo, representada por entidades do Paraná e do Rio Grande do Sul, principais Estados produtores, apresentaram ontem na comissão de agricultura da Câmara de Deputados proposta de uma política de longo prazo para a produção do cereal no país.

Com um consumo anual de 10 milhões de toneladas e uma produção de cerca de 5 milhões de toneladas, o Brasil é um dos maiores importadores mundiais de trigo. Os produtores brasileiros, no entanto, enfrentam uma concorrência crônica com o trigo argentino e, nos últimos anos, também com o cereal do Paraguai e do Uruguai. Esse cenário deprime os preços do trigo no mercado interno, queixam-se os produtores.

A principal reivindicação feita na proposta apresentada à Câmara é o fim do registro automático de importação do cereal, segundo Flávio Turra, assessor técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Os produtores querem ainda que haja um controle da liberação de licenças para evitar falta de liquidez no mercado interno de trigo.

"Para a indústria comprar uma tonelada lá fora, ela precisaria comprovar a aquisição do mesmo volume internamente", diz Turra sobre a proposta que foi elaborada conjuntamente com mais de sete entidades, entre elas a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as secretarias de agricultura do Paraná e do Rio Grande do Sul e organização de cooperativas dos dois Estados.

A proposta também engloba o aumento do preço mínimo do trigo tipo pão de R$ 477 para R$ 512, além de medidas nas áreas de vigilância sanitária e meio ambiente, custeio agrícola, tributação e apoio à pesquisa.

Enquanto os produtores brasileiros buscam salvaguardas para o trigo nacional, o governo argentino anunciou mais autorização de exportação de trigo. Desde o fim de novembro, foram 2,7 milhões de toneladas autorizadas referentes apenas à safra 2010/11, o que fará com que essa temporada atinja embarques de 11,1 milhões de toneladas, a maior da década na Argentina depois dos 11,9 milhões de toneladas do ciclo 2004/05.

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