Exportações garantem ingresso de US$ 3 bilhões no país

Autor(es): Mônica Izaguirre | De Brasíliac
Valor Econômico - 19/01/2012

O mercado de câmbio gerou ingresso líquido de US$ 3,018 bilhões no país nas duas primeiras semanas deste ano. Apesar do anúncio de diversas captações de empréstimos externos, foi o comércio exterior que assegurou esse superávit.

O número foi informado ontem pelo Banco Central e refere-se às operações cambiais entre instituições financeiras e seus clientes, não considerando, portanto, transações do interbancário. Nesse período, de dez dias úteis, os exportadores ofertaram US$ 10,584 bilhões ao sistema financeiro, US$ 3,059 bilhões além do demandado para pagamento de importações (US$ 7,524 bilhões). Na primeira semana de 2012, o segmento comercial do mercado de câmbio já tinha registrado superávit, mas de apenas US$ 153 milhões. Portanto, só na segunda semana a sobra de moeda estrangeira no segmento chegou a US$ 2,9 bilhões aproximadamente.

As operações cambiais não vinculadas a comércio exterior geraram déficit de US$ 41 milhões nessas duas semanas. Até o dia 6 de janeiro, esse segmento, que abrange contratos de câmbio relativos a todo o movimento de capitais entre o país e o exterior, exibia saldo negativo de US$ 859 milhões. Isso indica fluxo positivo de US$ 818 milhões de 9 a 13 de janeiro, resultado que certamente foi influenciado pela onda de captações de empréstimos externos anunciadas nesse início de ano, supõe Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio.

Ele observa que tais operações deverão continuar a produzir impacto positivo no fluxo cambial até o fim do mês, até porque há defasagem de tempo entre a captação propriamente dita e a internalização dos recursos no país. Por outro lado, acredita que esse movimento é "sazonal" e "pontual" e que, portanto, não representa uma tendência para o resto do ano.

Na sua avaliação, 2012 será um ano de retração da oferta de capitais estrangeiros ao Brasil, o que se refletirá no movimento de câmbio. O segmento financeiro do mercado cambial não necessariamente exibirá superávit como exibiu em 2011 (US$ 21,329 bilhões). Nehme acredita que, em função do ambiente internacional adverso haverá redução dos investimentos estrangeiros diretos, já que esses implicam imobilização de capital. "A preferência no momento é por liquidez", diz Nehme.

O diretor da NGO acredita que a farta oferta de moeda estrangeira vista nas duas primeiras semanas não representa tendência. Ele explica que o ambiente internacional será menos favorável às exportações brasileiras, porque a política monetária da Europa tende a desvalorizar o euro, tornando a taxa de câmbio menos competitiva para o Brasil. A isso se soma a desaceleração da economia mundial, que afeta a demanda externa.

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