Setor têxtil pedirá medidas de proteção

Autor(es): Por Marta Watanabe | De São Paulo
Valor Econômico - 18/01/2012

O setor têxtil deve apresentar, em fevereiro, ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) um pedido formal de medidas de proteção para o setor. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, a ideia é pedir uma salvaguarda, mecanismo de defesa que poderia beneficiar todo o setor em relação às importações. Segundo ele, a entidade tem reunido informações sobre os danos e sobre a perda de competitividade que as importações têm causado às indústrias.

Diniz Filho diz que as importações, principalmente de vestuário acabado, têm prejudicado a cadeia produtiva do setor têxtil e confecção. Segundo dados da Abit, o setor têxtil e de vestuário fechou com déficit de US$ 4,75 bilhões, resultado de importação de US$ 6,17 bilhão e de exportação de US$ 1,42 bilhão. De janeiro a novembro do ano passado houve queda de 14,71% na produção física de têxteis e de 3,25% na de vestuário, em relação ao mesmo período de 2010. Na mesma comparação a importação de vestuário cresceu 40,6% e as vendas de varejo de produtos do setor aumentou 4,12%.

O problema das importações, argumenta Diniz Filho, é que as mercadorias desembarcadas chegam em condições desleais de concorrência. Do total importado do setor, 47,2% têm origem na China, cuja produção, argumenta, conta com subsídios do governo e com a desvalorização da moeda chinesa. O efeito disso na indústria nacional, diz, é a queda de produção e a redução da geração de empregos.

A Abit estima que o setor fechará com perda de 20 mil vagas de trabalho, como resultado líquido as admissões e demissões durante o ano. No acumulado até novembro, o setor tinha geração de 10,7 mil vagas, menos do que as 80,18 mil vagas abertas no mesmo período de 2010.

O setor também deve quer discutir questões tributárias. Segundo cálculos da Abit, cerca de 30% das empresas terão perda com a nova forma de pagamento da contribuição previdenciária. Em vez do cálculo de 20% sobre a folha de salários, o setor deverá pagar 1,5% sobre o faturamento com as vendas no mercado doméstico. Diniz Filho diz que pede ao governo federal a redução de 1,5% para 0,8% na alíquota sobre faturamento. E, nessa alíquota menor, pede também a entrada do setor têxtil no benefício fiscal.

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