Efeitos iniciais da ação do BC

Negócios & CIA - Flávia Oliveira
O Globo - 04/06/2011

A expansão de 1,3% do PIB brasileiro de janeiro a março, numa clara aceleração sobre os dois trimestres anteriores, mascarou o resultado satisfatório da ação do Banco Central para esfriar a economia e, assim, conter a inflação. Na primeira divulgação após o início do ciclo de aperto nos juros básicos, o consumo das famílias avançou apenas 0,6%. Foi o pior resultado desde a queda de 1,9% no 4º trimestre de 2008, período seguinte à eclosão da crise mundial. Em fins de 2009, o Brasil já crescia 0,9%, mais do que no trimestre passado, lembra Roberto Olinto, o homem das Contas Nacionais no IBGE: "O consumo das famílias recuou em todas as comparações: trimestre anterior, ano anterior e taxa acumulada. É um dado". Os indicadores do mercado de trabalho pouco se moveram no período, mas é possível que a alta da inflação e as medidas de restrição ao crédito tenham acionado o sinal de alerta no brasileiro. Se assim for, é possível que o gradualismo do BC na política monetária seja bem sucedido em empurrar o IPCA para o centro da meta (4,5%) em fins de 2012, início de 2013. E sem traumas para o crescimento econômico. Afinal, o investimento cresceu no 1º trimestre, com indícios de modernização do parque produtivo via importação de máquinas e equipamentos, destaque da balança comercial.
Parou por quê?

O Brasil exportou, em maio, praticamente as mesmas 320 mil toneladas de carne de frango registradas no mesmo mês de 2010. Nos cinco primeiros meses de 2011, o volume chega a 1,5 milhão de toneladas, alta de 7%, segundo a Ubabef. Mas a situação pode se complicar, se a Rússia mantiver o embargo a importações de frigoríficos brasileiros.

Milho caro

Em dólar, as receitas com exportações de frango cresceram 25%, passando de US$3 bilhões até maio. O real valorizado ajudou, mas os reajustes sucessivos no preço milho preocupam produtores. Essencial ao setor, o insumo subiu 70% desde janeiro.

Salve, simpatia

Sérgio Cabral orientou Dilma no contato com operários do Estaleiro Brasfels, ontem, em Angra. A caminho do palanque, o governador acenou para trabalhadores e estimulou a presidente a fazer o mesmo. "Faz assim ó", disse. Ela fez.

Atraso galopante

O deficitômetro tecnológico do país, invenção da Protec, engordou R$3 bilhões em uma semana. A entidade se inspirou no impostômetro da Fiesp, para medir o atraso do Brasil em inovação. O déficit cresce R$4.984,95 por segundo. Até o fim do ano, passará de US$100 bilhões.

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