Novo sistema de câmbio do BC reduzirá em 70% custo de operações

Agência Reuters
23 de setembro de 2011 • 15h06

O novo sistema operacional de câmbio do Banco Central (BC), que passa a operar a partir de 3 de outubro para o mercado primário, deve representar uma redução média de 70% nos custos operacionais das instituições. Com isso, as despesas delas devem cair dos atuais R$ 5 milhões mensais para R$ 1,5 milhão.

Atualmente, as instituições que operam com câmbio são obrigadas a ressarcir a autoridade monetária pela utilização do sistema. Com a nova medida, os registros ocorrerão na própria Rede do Sistema Financeiro Nacional ou, no caso dos menores operadores, via internet. A ideia do BC é que a medida, além de facilitar e desburocratizar as transações cambiais, tenha efeito também ao consumidor final, seja ele pessoa física ou jurídica, pagando menos tarifa na hora fechar um contrato de câmbio.

"Como o custo operacional da transação vai ser menor, o custo vai ter que ser reduzido para o cliente também. O BC, assim como tem feito com outras tarifas, vai estimular a comparação entre os preços", afirmou o chefe da Gerência Executiva de Normatizaçao de Cambio e Capitais Estrangeiros da autoridade monetária, Geraldo Magela. "Queremos divulgar as informações ao cliente e mostrar as condições para compatibilidade das tarifas, apresentando o que foi feito nesse trabalho e o custo dentro dele. Quem tiver condição vai oferecer tarifa menor ao cliente", acrescentou ele.

O BC, em média, é ressarcido em R$ 5 milhões mensais pelo registro das operações, e passará a receber, de acordo com a estimativas, R$ 1,5 milhão por mês. O novo sistema recebeu investimentos de R$ 4,2 milhões e vem sendo elaborado desde março do ano passado em parceria com agentes do mercado. Segundo Magela, a ferramenta está pronto para entrar em operação no mercado primário, que inclui exportações, importações e transferências financeiras. "O sistema está pronto e testado", afirmou Magela.

Menos complicação

A previsão é que o mercado interbancário passe a operar no novo sistema de câmbio a partir de 2 de julho do ano que vem. Apesar de a folga no prazo, o chefe da Gerência Executiva do BC informou que o novo sistema também já foi testado entre grandes instituições também. "Estamos tirando uma série de entraves", afirmou Magela. Uma delas, por exemplo, é o registro de credenciamento de operação de câmbio. Atualmente, uma instituição só pode fazer os registros das transações cambiais usando uma única dependência credenciada no BC.

Com o novo sistema, o registro será da instituição. "Posição de câmbio é global. Não tem mais onde a instituição vai estar. As empresas vão usar a Rede do Sistema Financeiro Nacional", explicou Magela. Entre as simplificações está o fim dos 10 tipos de contratos de câmbio, como exportação, importação, financeiro de compra, venda, alteração de compra, alteração de venda e cancelamento. "O que fizemos agora é acabar com todos. Só temos um só contrato de compra e venda de moeda. Acabamos com nove formulários de contrato", afirmou ele.

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