Grupos industriais pressionam G-20 sobre o comércio de minérios

Seul

A variedade de países e indústrias cujos grupos empresariais assinaram a carta ressalta o nível de preocupação das corporações às recentes restrições a exportação da China, cujas minas concentram 95% desses materiais

The International Herald Tribune

Uma rara e ampla coalizão de grupos empresariais da América do Norte, Europa e Ásia enviou uma carta aos chefes de estado do grupo das 20 maiores economias mundiais pedindo que assumam o compromisso, em sua reunião este mês em Seul, de que o fornecimento de minerais não será interrompido devido a práticas industriais ou disputas políticas.

A variedade de países e indústrias cujos grupos empresariais assinaram a carta ressalta o nível de preocupação das corporações às recentes restrições a exportação da China, cujas minas concentram 95% desses materiais. Os minerais são necessários para produtos e processos como telefones celulares, automóveis, energia limpa e produção de mísseis e sonares.

Alguns dos principais grupos empresariais que enviaram a carta, como a Câmara de Comércio dos Estados Unidos, também assinaram um documento no meio do ano pedindo ao governo chinês que não privilegiasse empresas nacionais na compra de equipamentos de alta tecnologia.

Mas a carta sobre minerais também foi assinada por grupos empresariais que costumam ser prudentes ao desafiar uma China cada vez mais rica, incluindo federações de negócios da Alemanha, da França e a Nippon Keidanren, o maior grupo de grandes companhias japonesas que historicamente são cautelosos sobre as questões chinesas.

A carta, datada de quarta-feira, não se tornou pública. Foi obtida com um funcionário de um dos grupos empresariais que a assinaram.

Negociações - O governo chinês tem cobrado impostos de exportação de 15% a 25% sobre as terras raras há anos e reduziu ainda mais a exportação nos últimos dois anos, reduzindo as cotas. Quando a China entrou na Organização Mundial de Comércio, em 2001, concordou em não impor taxas de exportação e cotas.

O governo chinês suspendeu completamente as exportações de minerais para o Japão em 21 de setembro, durante uma disputa acerca da apreensão de uma traineira de pesca chinesa e sua tripulação, e ampliou as restrições com a interrupção de embarques para todos os países, especialmente os Estados Unidos e Europa, em 18 de outubro.

Funcionários da alfândega chinesa deram autorização, em 28 de outubro, para a retomada dos envios, mas têm permitido que alguns carregamentos deixem os portos enquanto continua bloqueando o envio de outros, disseram representantes do setor.

As autoridades chinesas negaram que emitiram qualquer proibição oficial sobre a exportação de minerais e afirmam que as cotas de exportação e os impostos são necessários para preservar fontes escassas e proteger o meio ambiente, algo permitido pelas regras da OMC.

Fonte: Veja