Dólar sobe, mas ainda fecha abaixo de R$ 1,80

Por Eduardo Campos | Valor

SÃO PAULO – O câmbio local não escapou da forte piora de humor externo que pautou o pregão de sexta-feira. Mas na semana, o real manteve posição de destaque como a moeda que mais ganha do dólar entre pares emergentes e desenvolvidos.

Nesta sexta-feira, o assunto nas mesas foi um só: a possibilidade de rebaixamento da nota soberana da França e de outras economias europeias pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P).

O boato virou fato há pouco, quando o ministro das Finanças da França, Francois Baroin, confirmou que o país teve sua nota reduzida pela S&P. A nota “AAA”, máxima da escala, caiu em um degrau para “AA+”.

Uma ação da S&P já era esperada pelos mercados, pois em dezembro a agência colocou 15 países da região em observação para possível rebaixamento. Vale lembrar que na terça-feira, dia 10, a agência Fitch indicou que não pretendia reduzir a nota da França, o que foi motivo para tomada de ativos de risco.

O dólar comercial chegou a operar em firme baixa nessa sexta-feira, sendo negociado a R$ 1,771 na mínima do dia. Mas assim que a notícia sobre a Europa surgiu, a moeda mudou o rumo e chegou a fazer máxima a R$ 1,809 (+1,34%).

No fim do pregão o dólar era negociado a R$ 1,790 na venda, ainda assim leve alta de 0,28%. Na semana, no entanto, a moeda americana caiu 3,30% e perde 4,23% no ano.

Ao longo da semana chamou atenção o elevado volume de negócios. A média diária está ao redor de US$ 3 bilhões. O que reforça a percepção de firme entrada de recursos externos no período. Segundo operadores, a captação da Vale teria sido liquidada na semana.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar com entrega para fevereiro mostrava alta de 0,28%, a R$ 1,7975, antes do ajuste final de posições.

No câmbio externo, o euro devolveu toda a alta de ontem e voltou a ser negociado na linha de US$ 1,26, se aproximando de mínimas não vistas desde setembro de 2010. Há pouco, a moeda comum recuava 1,07%, a US$ 1,267.

Ilustrando a demanda por dólar, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, ganhava 0,88%, a 81,53 pontos.

(Eduardo Campos | Valor)

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