O Banco Central da China, o Banco do Povo, anunciou, no sábado, o aumento, pela segunda vez em três meses, das taxas de juros em 25 pontos básicos.
A medida é mais uma tentativa das autoridades de Pequim de conterem a crescente inflação e de controlarem os empréstimos bancários.
O Banco do Povo referiu, em comunicado, que subiu as taxas de um ano para empréstimos e depósitos em 25 pontos.
Com a medida, aqueles índices chegam a 5,81 e 2,75 por cento.
Em Outubro, o comité de política monetária da instituição subiu, pela primeira vez, em três anos, as taxas para reduzir o fluxo de liquidez, que tem contribuído para o aumento da inflação e dos preços do mercado imobiliário.
A inflação dos preços ao consumidor na China atingiu, em Novembro, o recorde de 28 meses, ao chegar a 5,1 por cento, em parte pelo excesso de dinheiro em circulação, que origina a subida dos preços. A medida surge depois de Pequim ter afirmado, no começo do mês, que está a adoptar uma “política monetária prudente”, centrada no combate à inflação em 2011.
A autoridade máxima do Comércio dos Estados Unidos expressou inquietação, quinta-feira, pela “preocupante tendência ao aumento da intervenção estatal na economia chinesa”, segundo informe anual apresentado ao Congresso.
Em meio a um rosário de disputas entre as duas maiores potências mundiais, o escritório do Representante Comercial de Estados Unidos (USTR) disse que “surgiram perguntas significativas relacionadas às adesões da China às actuais obrigações da OMC”.
Num relatório anual sobre o progresso do país rumo a intercâmbios livres, depois da sua adesão na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, os serviços da USTR apresentaram um balanço misto.
“A China tomou várias medidas impressionantes para reformar a sua economia durante estes últimos nove anos, mas o resultado global é complicado de avaliar, vista a tendência preocupante do Estado de intervir na economia chinesa”, destacou.
“Em 2010, a predominância de práticas e políticas intervencionistas, agregadas ao importante papel das empresas públicas na economia chinesa, suscitou inquietações nos americanos” presentes no país, acrescenta o documento.