ROSSI DEFENDE ACORDO DIRETO À DISPUTA NA OMC, QUE É LENTA

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, defendeu ontem que os setores agrícolas que se sentem em desvantagem na competição mundial de produção tentem um acordo direto com os concorrentes, dado que a Organização Mundial do Comércio (OMC) tende a levar anos para chegar a uma decisão final. Ele fez a afirmação no bojo de uma decisão preliminar tomada no foro internacional do comércio ontem e que condena barreiras ao suco de laranja nacional. A entidade máxima do comércio em Genebra julgou ilegais as medidas protecionistas americanas e ordenou que fossem retiradas.

"Vejo com muita alegria que conseguimos uma primeira sinalização positiva", comemorou o ministro em entrevista à Agência Estado. "O problema do Brasil é que ele é altamente competitivo e, com isso, acaba tendo reação dos nossos concorrentes que, tendo dificuldade de competir conosco, criam outras barreiras que não são adequadas e nem seriam aceitáveis do ponto de vista da ordem econômica", continuou.

Rossi salientou que não são raras as vezes que o País sofre com subsídios inadequados fornecidos por governos estrangeiros a seus produtores em várias cadeias. Ele citou também fechamentos de mercados para o produto brasileiro sem explicações mais contundentes, como, por exemplo, no caso da carne suína. "Alguns dos nossos concorrentes disseminam mentiras sobre a produção brasileira. Tudo isso faz com que o produtor brasileiro, sobretudo os setores mais organizados, tendam a encontrar caminhos para enfrentar esse tipo de atitude não razoável no sistema concorrencial. E assim temos ido à OMC", disse.

Para o ministro, no entanto, a melhor saída é a tentativa de um acordo negociado entre as partes. "Isso é melhor do que uma disputa na OMC", comparou. Ele lembrou que o Brasil teve uma vitória importante na área do algodão, mas que, até a decisão final do foro internacional, passaram-se anos. "As disputas são longas e, em geral, não atendem de imediato o setor afetado. Ele não se beneficia, na verdade", considerou.

No caso do algodão, o Brasil recebeu o direito de praticar retaliações cruzadas em outras áreas do comércio bilateral com os Estados Unidos. Posteriormente, também fez parte de um acordo a criação de um fundo para pesquisa no setor totalmente financiado com recursos americanos. "No caso da laranja, foi uma decisão provisória, que pode ainda se alongar até uma decisão que tenha efetividade."

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, defendeu que os setores agrícolas tentem acordo direto com concorrentes, dado que a Organização Mundial do Comércio (OMC) tende a levar anos tomar decisões.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria