Autor(es): Agência O globo:Patrícia Duarte e Karina Lignelli
O Globo - 01/03/2011
Copom define amanhã a taxa básica de juros, que, segundo analistas, chegará a 11,75% ao ano
BRASÍLIA e SÃO PAULO. O mercado está convicto de que o Comitê de Política Monetária (Copom) repetirá, na reunião de hoje e amanhã, a decisão de janeiro e manterá o ritmo de alta da taxa básica de juros Selic em meio ponto percentual, apesar de algumas avaliações indicarem que a inflação está crescendo mais que o esperado. Com isso, a Selic passaria a 11,75% ao ano, segundo a pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC).
Analistas afirmam que a atividade econômica do país começa a dar sinais de arrefecimento, o que ajuda no controle da inflação.
- O BC tem mostrado ao mercado seu plano de voo e seria um erro de comunicação vir alguma coisa diferente disso - afirmou o economista-chefe do West LB, Roberto Padovani, referindo-se à perspectiva de elevação de meio ponto da Selic.
Segundo o Focus, o mercado prevê que a taxa chegará a 12,5% em meados deste ano. Em relação à inflação, os economistas consultados pelo BC pioraram suas contas para 2011, passando de uma projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,79% para 5,80%, e mantiveram os cálculos de 2012 em 4,78%.
Nem mesmo o detalhamento do corte nos gastos públicos de R$50 bilhões, divulgado ontem pelo governo, animou o mercado. Para o economista do Santander Cristino Souza, para surtir efeito o corte deveria ser de pelo menos R$80 bilhões.
Para analistas, a indústria de transformação vai manter a dinâmica de crescimento baixo em 2011, em torno de 3,5%, contra os 10,5% de 2010 registrados pelo IBGE.
ela Sondagem de Indústria de Transformação da Fundação Getulio Vargas de fevereiro, a expectativa de produção das empresas caiu para 134,6 pontos, o menor nível desde agosto de 2010, quando ficou em 131,6. O indicador é um sinal de que os empresários já trabalham com a perspectiva de desaceleração da economia na esteira do aperto monetário dos próximos meses. No caso específico da indústria, espera-se uma forte expansão das importações.