Para companhias, carga tributária é principal barreira

Valor Econômico - 23/03/2011

A carga tributária incidente sobre jogos e consoles é uma das principais reclamações de fabricantes e criadores de títulos que atuam no Brasil. Cobrados em cascata, tributos como imposto de importação, ICMS e PIS/COFINS aumentam em até 125% o preço de alguns produtos no Brasil, segundo executivos do setor.

Atualmente, duas frentes atuam para reduzir o impacto dos tributos. A primeira é liderada pelos integrantes do Projeto Jogo Justo, uma iniciativa criada pelo empresário Moacir Alves Jr. Outro movimento é encampado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). "Precisamos estimular a expansão dessa atividade para garantir espaço para o país no futuro", diz Adolfo Melito, do conselho de economia criativa da Fecomercio.

Na avaliação de Cláudio Costa, fundador e presidente da distribuidora de jogos NC Games, a estrutura de tributos que incide sobre o setor tem origem nos anos 90, quando o Brasil ainda tinha fabricação local de jogos e consoles. O intuito, na época, era proteger a indústria nacional. "Com o passar dos anos, isso nunca foi revisto", diz o executivo.

Para Marcos Khalil, executivo-chefe da rede varejista especializada em jogos UZ Games, além de fortalecer o mercado interno, a redução de impostos poderia estimular os fabricantes a produzir seus consoles no Brasil para suprir a demanda interna e, eventualmente, exportar para a América Latina.

"Existe um mercado consumidor forte", diz André Forastieri, diretor da Tambor Editorial, editora especializada no setor de jogos que realiza em São Paulo o Troféu Gameworld. A mais recente edição, realizada entre 11 e 13 de março, teve mais de 25 mil visitantes. "Está todo mundo pronto para crescer rapidamente. Só é preciso tirar esse peso [dos impostos] das nossas costas", diz Bill van Zyll, diretor da Nintendo na América Latina.

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