Por Eduardo Campos | Valor
SÃO PAULO – O Banco Central (BC) determinou a formação da taxa de câmbio no pregão desta quinta-feira. Com duas atuações no mercado, a autoridade monetária fez com que o compotamento do real se descolasse de seus pares externos, que ganham do dólar, e defendeu o patamar de R$ 1,70.
No fim do pregão, o dólar comercial fechou com alta de 0,23%, a R$ 1,711 na venda. Na máxima, a moeda foi a R$ 1,715.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar com vencimento em março tinha valorização de 0,29%, a R$ 1,714. Na mínima, o contrato foi a R$ 1,6995.
Pela manhã, o dólar comercial caiu a R$ 1,698, o que serviu de gatilho para a primeira atuação do BC, um leilão de swap cambial reverso, que equivale à compra de dólar no mercado futuro. Agora à tarde, o BC voltou à cena com a compra de moeda no mercado à vista.
O último leilão de swap reverso ocorreu em agosto do ano passado. No leilão de hoje foram ofertados até 80 mil contratos em dois vencimentos, mas a aceitação foi baixa, com apenas 3,5 mil deles tomados, movimentando US$ 174,7 milhões. No leilão à vista, a taxa de corte ficou em R$ 1,7112.
Segundo um gestor, está claro que o BC vai defender a linha de R$ 1,70 até quando for possível. “Esse preço vai aguentar alguns dias, depois ele tem de passar a defender um nível mais baixo de preço”, diz o especialista.
A atuação do BC no mercado descolou o desempenho do real de pares desenvolvidos e emergentes, que ganham valor sobre a moeda americana. De fato, o real foi a moeda que mais perdeu valor para o dólar no pregão de hoje.
Ilustrando essa venda generalizada de dólares, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, caía 0,49% a 78,84 pontos, enquanto o euro subia 0,61% a US$ 1,333, maior preço desde dezembro. Parte da alta do euro é atribuída ao bom resultado de um índice de confiança empresarial na Alemanha.
Na cena local, os investidores conheceram hoje nova parcial sobre o fluxo cambial. Na semana compreendida entre os dias 13 e 17 de fevereiro, o resultado foi negativo em US$ 1,101 bilhão, com saída financeira de US$ 3,209 bilhões e sobra comercial de US$ 2,107 bilhões.
No acumulado do mês até o dia 17, o resultado ainda é positivo em US$ 6,520 bilhões. O BC também atualizou a posição dos bancos no mercado à vista e o resultado é um estoque comprado de US$ 5,058 bilhões.
(Eduardo Campos | Valor)
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