Dólar cai a R$ 1,722 e acumula baixa de 7,9% em 2012

Por Eduardo Campos | Valor

SÃO PAULO – O dólar marca novo pregão de baixa ante o real e está cada vez mais próximo da linha de R$ 1,70. Hoje, a moeda americana caiu 0,69%, para R$ 1,722 na venda, menor cotação desde 31 de outubro do ano passado. Em 2012, o dólar acumula perda de 7,87%.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto fechou com queda de 0,77%, a R$ 1,7205, e volume de US$ 89 milhões. Também na BM&F, o dólar com vencimento em março perdia 0,85%, a R$ 1,7315, antes do ajuste final.

O comportamento do real ficou alinhado ao de outras moedas emergentes, como o rand sul-africano, dólar canadense e peso mexicano, que também ganham da moeda americana.

A relação euro/dólar não fez preço por aqui. A moeda comum europeia ronda a estabilidade a US$ 1,314, enquanto o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, tinha leve alta de 0,16%, a 78,97 pontos.

No câmbio local, o comportamento das taxas de cupom cambial (juro em dólar no mercado brasileiro) sugerem o ingresso de divisa externa. As taxas de curto prazo tornaram a cair. O FRA de cupom cambial para abril cedeu de 1,42% para 1,30%.

Vale lembrar que o fluxo não é responsável exclusivo pelo fechamento do cupom cambial. A queda nas taxas futuras de juros também influencia na formação do cupom.

As captações externas, que já passam dos US$ 14 bilhões no ano, ajudam a explicar a valorização do real neste começo de ano. Mas esse movimento tem relação direta com o outro vetor de alta não só do real, mas de outras moedas de países emergentes, bem como dos ativos de risco em geral, que é a queda da aversão ao risco e o aumento de liquidez promovida pelas ações do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

Sem perspectiva de alta de juros nos EUA e com um BCE disposto a liberar mais dinheiro ao setor financeiro, os investidores são empurrados aos ativos de risco como opção de rentabilidade. O real se enquadra entre esses ativos, bem como as ações brasileiras. No fim, não é o real que está forte, mas sim o dólar que está fraco.

(Eduardo Campos | Valor)

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