CNI e CUT querem fim de incentivos à produtos importados

"Estamos gerando empregos fora do país e desestimulando o empreendedorismo no Brasil”, diz o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade


Pedro Peduzzi, da Agência Brasil
Exame.com


O sindicalista Paulinho da Força critica o fato de o país contar apenas com 20 fiscais no Porto de Santos


Brasília – Empresários e representantes sindicais criticaram hoje (29) os incentivos que alguns estados dão à importação de produtos. Tanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI) quanto a Força Sindical e a Central Única dos trabalhadores (CUT) querem a eliminação dos incentivos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado por alguns estados.

“Essa questão está diretamente ligada à guerra fiscal e é dificultada ainda mais pela questão cambial. Estamos gerando empregos fora do país e desestimulando o empreendedorismo no Brasil”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Na opinião dos empresários, a guerra fiscal e os problemas cambiais vem acompanhados ainda de práticas e competitividade desleais de comércio de outros países. “O que estamos fazendo é uma coalizão entre capital e trabalho pelo fim da guerra fiscal nos portos. Estamos preocupados com a desindustrialização e a perda da competitividade do nosso país”, explica o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes.
“E os trabalhadores corroboram nossa posição”, acrescenta Lopes, referindo-se aos sindicalistas Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente da Força Sindical, e ao presidente da CUT em São Paulo, Adi dos Santos Lima, que também participaram de entrevista coletiva sobre o assunto.
Segundo Paulinho, a rapidez com que a desindustrialização está ocorrendo no Brasil surpreende. “O déficit de vários setores industriais está se ampliando e quebrando várias indústrias. Há setores que passaram de um superávit de US$ 600 milhões para um déficit de US$ 37 bilhões. O de autopeças, que tinha superávit em 2004, apresentou agora déficit de US$ 7 bilhões.”

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