Crise europeia freia exportação brasileira

O Estado de S. Paulo - 01/02/2012

A deterioração da situação econômica europeia freia a expansão das exportações brasileiras para a União Europeia (UE). Depois de uma rápida expansão até agosto de 2011, as vendas nacionais tiveram seu desempenho abafado pela crise que assola o bloco.

O sucesso dos primeiros meses de 2011 garantiram que o comércio entre Brasil e Europa batesse recorde. Pela primeira vez, o comércio bilateral chegou perto da marca de US$ 100 bilhões.

Bruxelas não disfarça que colocou o País como uma das prioridades políticas para 2012 e quer fechar um acordo comercial com o Mercosul até o fim do ano.

Em 2011, o Brasil exportou US$ 52 bilhões ao mercado europeu, 22% acima de 2010, incentivado pelo aumento da demanda até setembro e pela alta nos preços de commodities.

O bom desempenho do início do ano acabou minado a partir de setembro de 2011 pela crise que voltou a ameaçar a zona do euro. Em agosto, as exportações nacionais haviam atingido a marca de US$ 5,3 bilhões para a Europa, depois de crescer a cada mês desde meados de 2010.

Mas só em setembro houve uma redução de US$ 1 bilhão nas vendas brasileiras, com queda de 17%. Entre outubro e novembro, outra retração de 8%, com o mês totalizando US$ 4,1 bilhões. O último mês do ano acabou com uma leve alta, de US$ 4,4 bilhões. Mas a trajetória de expansão foi abafada.

Mesmo assim, o governo aponta que a balança registrou um superávit de US$ 6,5 bilhões a favor do Brasil. Para 2012, o governo estima que as exportações poderão sofrer no primeiro semestre, com a perspectiva da volta da recessão no bloco europeu. Mas a esperança é de que o volume voltará a crescer a partir de julho.

Do lado europeu, o Brasil entrou no radar como uma oportunidade para abrir mercados e, de alguma forma, compensar às empresas a queda do consumo doméstico da UE.

Em cinco anos, a corrente bilateral dobrou, ainda que a participação dos europeus na pauta de importação do Brasil tenha desabado diante da concorrência da China e de outros parceiros. Diplomatas europeus insistem que, até o final de 2012, seja concluído o acordo o Mercosul e compensada a perda de espaço./J.C.

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