Empresas ainda esperam encomendas mais firmes

Autor(es): Por Murillo Camarotto, Marli Lima e Marcos de Moura e Souza | Do Recife, de Curitiba e de Belo Horizonte
Valor Econômico - 28/02/2012

Longe do impacto do mínimo e do aumento da demanda provocado pela desoneração de parte dos produtos da linhas branca, diferentes empresas ainda esperam encomendas mais firmes dos seus clientes.

No setor de autopeças, a fabricante de baterias Moura, instalada em Pernambuco, percebeu aquecimento no primeiro bimestre deste ano, mas discreto. As encomendas cresceram algo em torno de 2%, informou Thiago Passos, diretor-financeiro.

As indústrias de porcelana de Campo Largo, no Paraná, viveram um período de otimismo em meados de 2011. O empresário José Canisso, presidente do Sindilouça-PR, chegou a dizer que o pior havia passado. Mas o discurso mudou novamente. "O bimestre não foi bom. Entrou muita porcelana chinesa, sem qualidade, mas mais barata", conta.

Canisso ainda não fez o balanço do período, mas como atua com decoração de louças e porcelanas feitas por terceiros, estima redução de cerca de 30% na comparação com janeiro e fevereiro de 2011. No entanto, diz que é preciso esperar março para ver o que vai acontecer, já que o começo do ano costuma ser mais fraco que os outros meses. "Estávamos nos recuperando, mas a coisa despencou a partir de setembro", afirma.

Em Minas, a Iveco, montadora de caminhões do grupo Fiat, registrou uma ligeira aceleração das vendas em janeiro em relação a dezembro. Foram 1.655 veículos emplacados ante 1.624. Em outubro, quando a economia deu uma forte desacelerada, o número de caminhões da Iveco vendidos no mês foi de 1.534. O resultado deste início de ano também foi melhor em relação a janeiro do ano passado, quando o número de emplacamentos foi de 1.364. A expectativa da empresa é que este ano, depois de um 2011 recorde em vendas de caminhões, todo o setor passe por uma pequena inflexão, não só por conta da esperada redução do crescimento da economia este ano, mas devido a uma particularidade do setor: desde janeiro está em vigor uma nova legislação que obriga as empresas a passar a produzir caminhões com um motor menos poluente, mais caro.

Para outra empresa de Minas, a Tecnometal, do ramo de engenharia mecânica, as oscilações do ritmo da economia do país não parecem ter afetado tanto seus negócios. Os projetos de equipamentos para mineradoras e também os de placas fotovoltaicas não sofreram nenhuma perda ou aceleração no ritmo fora do esperado nos últimos meses, segundo o diretor, Marcelus Geraldo Araújo.

No varejo, o diretor-presidente da Máquina de Vendas, Ricardo Nunes, diz que a rede está atingindo suas metas de janeiro, e fevereiro, mais desaquecido por conta do Carnaval, tem sido um mês bom.

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