BALANÇA COMERCIAL TEM SALDO MAS IMPORTAÇÃO BATE RECORDE

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 312 milhões em novembro, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). No mês, as exportações somaram US$ 17,688 bilhões, com média diária de US$ 884,4 milhões, enquanto as importações chegaram a US$ 17,376 bilhões, com média de US$ 868,8 milhões.

O saldo comercial foi 48,9% inferior ao de novembro de 2009 e 83,2% menor que o de outubro deste ano. O resultado ficou dentro da previsão do mercado, que variava de US$ 100 milhões até US$ 1,6 bilhão, mas bem abaixo da mediana de US$ 900 milhões.

Na média diária de embarques de novembro de 2009, houve crescimento de 39,8%, enquanto ante outubro deste ano houve queda de 3,8%. Nas importações, o valor foi 44,3% superior à média registrada no mesmo mês de 2009 e 5,1% maior que apurado em outubro de 2010.

Na quarta semana do mês passado, a balança comercial brasileira teve pequeno superávit de US$ 49 milhões. Entre os dias 22 e 28 de novembro, as exportações totalizaram US$ 4,212 bilhões e as importações, US$ 4,163 bilhões. Na quinta semana (dias 29 e 30), porém, houve déficit de US$ 399 milhões, com vendas de US$ 1,368 bilhão e compras de US$ 1,767 bilhão.

O mercado interno aquecido às vésperas do período de festas de fim de ano está impactando os resultados das importações brasileiras em novembro. Normalmente as encomendas para os estoques do período são realizadas até outubro, mas o câmbio apreciado e as expectativas de recordes de vendas mantiveram o fôlego das importações, que somaram US$ 17,376 bilhões no mês.

De acordo com o diretor de Planejamento da Secretaria de Comércio Exterior do Mdic, Roberto Dantas, as importações de novembro também apresentaram aumento no segmento de combustíveis, sobretudo carvão, utilizado nas siderúrgicas. "Era esperado um crescimento das importações, como ocorre todos os anos, mas o salto foi um pouco maior. Além disso, é importante ressaltar a continuidade das compras de bens de capital e insumos importados, em decorrência dos investimentos e do aumento da produção da indústria nacional", afirmou.

Para Dantas, parte do resultado da balança se deve à programação de embarques no fim do ano, sazonalidade que faz com que novembro tenha saldos reduzidos, entre os piores do ano, como ocorreu em 2007 e 2009.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria.