Recorde em ACCs

Banco do Brasil espera liberar US$ 16 bi em ACC
Valor Econômico - 10/10/2011

Por Fernando Travaglini | De São Paulo

O Banco do Brasil (BB) deve fechar o ano com o maior valor concedido em adiantamento de contrato de câmbio (ACC) da sua história. Os desembolsos até 6 de outubro, de US$ 14,237 bilhões, já superam todo o volume liberado ao longo do ano passado (US$ 12,627 bilhões).

O recorde do banco aconteceu em 2007, quando emprestou pouco mais de US$ 15 bilhões para o financiamento da exportação, mas neste ano o valor deve superar US$ 16 bilhões, diz Allan Toledo, vice-presidente do BB.

O desempenho é reflexo direto do bom momento das vendas para o exterior, afirma Toledo. "Essa é a linha de crédito mais utilizada pelos exportadores", diz. "E este ano as exportações têm crescido bastante, sobretudo nas áreas onde o Brasil é forte", completou.

As companhias exportadoras se valem do ACC - e também do adiantamento sobre cambiais entregues (ACE) - por conta da facilidade de contratação e também pelos custos, mais baixos do que as linhas internas, afirma Toledo. Como os empréstimos, que podem chegar a um ano de prazo, são referenciados na taxa interbancária do mercado internacional (Libor), os juros hoje estão próximos das mínimas históricas.

A Libor de seis meses subiu nas últimas semanas com as turbulências decorrentes da crise na Europa, mas ainda está abaixo de 0,6% ao ano. A taxa interbancária de um ano está próxima do patamar de 0,9% ao ano. Sobre esses valores, os bancos colocam os spreads de risco, levando a taxa de juros cobrada do cliente para algo que varia entre 2,5% a 5% ao ano. O ACC tem ainda a vantagem de ser isento de IOF

O BB é líder no segmento e mantém o ritmo de expansão mesmo com o agravamento da crise internacional. Toledo afirma que não viu uma redução da concorrência por parte dos outros bancos, apesar dos problemas enfrentados por algumas instituições financeiras estrangeiras. Segundo ele, o BB vem mantendo sua fatia de mercado ao redor de 30%.

No fim de agosto, o BB inovou com a primeira operação de ACC na moeda chinesa, o yuan, em um empréstimo para a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM). Segundo Toledo, essa é uma opção interessante porque elimina o custo do swap, necessário quando o empréstimo é feito em dólar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário, muito obrigado pela sua visita!