Europeus à espera da ajuda chinesa

Correio Braziliense - 31/10/2011

Xangai — O presidente da China, Hu Jintao, embarcou ontem em uma viagem oficial à Europa, durante a qual participará, na França, da reunião de cúpula do G-20, grupo integrado pelas 20 maiores economias do mundo, na próxima quinta e sexta-feira. A antecedência com que o dirigente chinês iniciou seu giro europeu aumentou a expectativa de que o país asiático, que possui US$ 3,2 trilhões em reservas, poderá aceitar um compromisso mais firme com a capitalização do fundo de resgate das economias da Zona do Euro. Jintao visitará primeiro a Áustria para assinar diversos acordos econômicos e comerciais, antes de seguir para a conferência do G-20.

O governo da China informou que precisa de mais esclarecimentos antes de assumir um compromisso com o fundo. O país, além disso, deverá exigir contrapartidas para contribuir com a ampliação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (Feef) para 1 trilhão de euros, conforme foi acertado na semana passada pelos líderes da Zona do Euro. Ontem, por exemplo, o Ministério de Comércio da China pediu à União Europeia que respeite as recomendações da Organização Mundial de Comércio (OMC) e elimine o mais cedo possível as taxas cobradas sobre a importação de calçados de couro chineses. Pequim também gostaria que a China fosse reconhecida plenamente como economia de mercado, o que dificultaria a imposição de medidas restritivas a suas exportações para o bloco europeu.

Na semana passada, o diretor do fundo, Klaus Regling, esteve na China para tentar convencer os orientais a investir no projeto de recuperação das economias europeias endividadas. Para isso, ofereceu garantias de até 20% do que for aplicado e abriu a possibilidade de emissão de bônus na moeda chinesa, o yuan.

A crise da dívida na Europa será o principal tema da cúpula do G-20 no balneário francês de Cannes. No último sábado, Espanha e Portugal disseram que a crise é um problema global e pediram que os Estados Unidos e outras potências do G-20 ajudem a contê-la. O primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodriguez Zapatero, encorajou os países menos afetados pela crise a fornecer um "plano de socorro urgente" para proteger a economia global.

Segundo Zapatero, o acordo dos líderes europeus, que também prevê a capitalização de bancos e o cancelamento de metade da dívida da Grécia, representaram um passo importante para a superação da turbulência no continente. "Esperamos que esses acordos, com os que forem fechados com o G-20 no próximo fim de semana, restaurem a confiança necessária para manter a economia em movimento", disse.

GREVE DA QANTAS JÁ AFETOU 70 MIL
A Justiça da Austrália ordenou ontem a suspensão imediata da greve na companhia aérea Qantas, iniciada no sábado. As autoridades e os executivos calculam que prejuízos milionários provocados a mais de 70 mil passageiros em 22 países pela paralisação, sobretudo turistas, são de difícil reparação. A direção da Quantas espera que os aviões voltem a decolar esta semana nos aeroportos da Austrália, da Europa e dos Estados Unidos. Todos os voos da empresa foram cancelados desde o fim de semana e os funcionários pedem aumentos salariais e melhores condições de trabalho.

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